O tronco encefálico fica anteriormente ao cerebelo e divide-se em bulbo, ponte e mesencéfalo.
a) BULBO = é a continuação direta da medula espinal. Sobre a face ventral do bulbo, existem duas colunas extensas de fibras nervosas denominadas pirâmides. Na sua porção caudal acontece o cruzamento de fibras que descem de áreas motoras do cérebro em direção à medula espinal, a qual é chamada de decussação das pirâmides. Como consequência desse cruzamento, o hemisfério cerebral esquerdo controla a musculatura do lado direito do corpo, ocorrendo o inverso com o hemisfério cerebral esquerdo.
b) PONTE = É a porção média do tronco encefálico e repousa sobre a parte basilar do osso occipital e o dorso da sela túrcica. Em sua superfície anterior há numerosos feixes de fibras, que convergem de cada lado para formar os pedúnculos cerebelares médios.
c) MESENCÉFALO = Fica entre a ponte e o diencéfalo. É atravessado por um estreito canal, o aqueduto do mesencéfalo, que une o terceiro ao quarto ventrículo. A parte do mesencéfalo situada dorsalmente ao aqueduto é o teto do mesencéfalo, onde ficam os colículos superiores e os colículos inferiores. Ventralmente, encontram-se os dois pedúnculos cerebrais.
O Cerebelo está situado posteriormente ao tronco encefálico e, inferiormente, ao lobo occipital, do qual está separado por uma prega da dura máter denominada tentório do cerebelo. O cerebelo tem uma porção mediana, o verme, e duas massas laterais, que são os hemisférios cerebelares. Possui substância externa cinzenta, formando o córtex cerebelar e, internamente, a substância branca, constituindo o corpo medular do cerebelo.
O Cérebro é a parte mais volumosa do encéfalo, apresentando uma coloração branca rosada, levemente acinzentada em sua superfície, que é irregular e percorrida por numerosos sulcos e fissuras empregueada por numerosos giros. Seu peso médio 1200g no homem e 1000g na mulher. Em uma fatia do cérebro, nota-se a presença de uma fina camada de substância cinzenta externamente: é o córtex cerebral. Internamente ao córtex, existe substância branca. É dividido em duas partes: diencéfalo e telencéfalo. O diencéfalo é dividido em quatro partes: tálamo, hipotálamo, epitálamo e sub-tálamo.
NERVOS CRANIANOS = Alguns nervos cranianos são mistos quanto à função, outros são exclusivamente sensitivos ou motores. São doze pares de nervos cranianos têm origem no encéfalo. Os dois primeiros fazem conexão com o cérebro e os demais, com o tronco encefálico.
NERVOS ESPINAIS = Os nervos espinais têm origem na medula espinal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e de parte da cabeça. Cada nervo espinal é formado pela união das raízes dorsal e ventral.
PRINCIPAIS NERVOS
- Cervical: Occipital menor; Auricular magno; Supraclavicular; Alça cervical; Frênico.
- Braquial: Axilar; Radial; Musculocutâneo; Ulnar; Mediano.
- Lombar: Ilioinguinal; Iliohipogástrico; Genitofemural; Femural; Obturatório; Safeno; Cutâneo Femoral Lateral.
- Sacral: Glúteo Superior; Glúteo Inferior; Cutâneo Femoral Posterior; Isquiático; Tibial; Fibular Comum; Pudendo.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo é o componente eferente do sistema nervoso visceral e divide-se em simpático e parassimpático, de acordo com os critérios anatômicos, farmacológicos e fisiológicos.
Uma célula extremamente estimulável; é capaz de perceber as mínimas variações que ocorrem em torno de si, reagindo com uma alteração elétrica que percorre sua membrana. Essa alteração elétrica é o impulso nervoso. As células nervosas estabelecem conexões entre si de tal maneira que um neurônio pode transmitir a outros os estímulos recebidos do ambiente, gerando uma reação em cadeia.
NEURÔNIOS: células nervosas. Um neurônio típico apresenta três partes distintas: corpo celular, dendritos e axônio. No corpo celular, a parte mais volumosa da célula nervosa, se localiza o núcleo e a maioria das estruturas citoplasmáticas. Os dendritos (do grego dendron, árvore) são prolongamentos finos e geralmente ramificados que conduzem os estímulos captados do ambiente ou de outras células em direção ao corpo celular. O axônio é um prolongamento fino, geralmente mais longo que os dendritos, cuja função é transmitir para outras células os impulsos nervosos provenientes do corpo celular. Os corpos celulares dos neurônios estão concentrados no sistema nervoso central e também em pequenas estruturas globosas espalhadas pelo corpo, os gânglios nervosos. Os dendritos e o axônio, genericamente chamados fibras nervosas, estendem-se por todo o corpo, conectando os corpos celulares dos neurônios entre si e às células sensoriais, musculares e glandulares.
CÉLULAS GLIA. Além dos neurônios, o sistema nervoso apresenta-se constituído pelas células glia, ou células gliais, cuja função é dar sustentação aos neurônios e auxiliar o seu funcionamento. As células da glia constituem cerca de metade do volume do nosso encéfalo. Há diversos tipos de células gliais. Os astrócitos, por exemplo, dispõem-se ao longo dos capilares sanguíneos do encéfalo, controlando a passagem de substâncias do sangue para as células do sistema nervoso. Os oligodendrócitos e as células de Schwann enrolam-se sobre os axônios de certos neurônios, formando envoltórios isolantes.
IMPULSO NERVOSO. A despolarização e a repolarização de um neurônio ocorrem devido as modificações na permeabilidade da membrana plasmática. Em um primeiro instante, abrem-se "portas de passagem" de Na+, permitindo a entrada de grande quantidade desses íons na célula. Com isso, aumenta a quantidade relativa de carga positiva na região interna na membrana, provocando sua despolarização. Em seguida abrem-se as "portas de passagem" de K+, permitindo a saída de grande quantidade desses íons. Com isso, o interior da membrana volta a ficar com excesso de cargas negativas (repolarização). A despolarização em uma região da membrana dura apenas cerca de 1,5 milésimo de segundo (ms). O estímulo provoca, assim, uma onda de despolarizações e repolarizações que se propaga ao longo da membrana plasmática do neurônio. Essa onda de propagação é o impulso nervoso, que se propaga em um único sentido na fibra nervosa. Dendritos sempre conduzem o impulso em direção ao corpo celular, por isso diz que o impulso nervoso no dendrito é celulípeto. O axônio por sua vez, conduz o impulso em direção às suas extremidades, isto é, para longe do corpo celular; por isso diz-se que o impulso nervoso no axônio é celulífugo. A velocidade de propagação do impulso nervoso na membrana de um neurônio varia entre 10cm/s e 1m/s. A propagação rápida dos impulsos nervosos é garantida pela presença da bainha de mielina que recobre as fibras nervosas. A bainha de mielina é constituída por camadas concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia, principalmente células de Schwann. Entre as células gliais que envolvem o axônio existem pequenos espaços, os nódulos de Ranvier, onde a membrana do neurônio fica exposta. Nas fibras nervosas mielinizadas, o impulso nervoso, em vez de se propagar continuamente pela membrana do neurônio, pula diretamente de um nódulo de Ranvier para o outro. Nesses neurônios mielinizados, a velocidade de propagação do impulso pode atingir velocidades da ordem de 200m/s (ou 720km/h ).
NERVOS: Gânglios. Condução de informações entre órgãos receptores de estímulos, o SNC e órgãos efetuadores (músculos, glândulas...)
SINAPSES: transmissão do impulso nervoso entre células. Um impulso é transmitido de uma célula a outra através das sinapses (do grego synapsis, ação de juntar). A sinapse é uma região de contato muito próximo entre a extremidade do axônio de um neurônio e a superfície de outras células. Estas células podem ser tanto outros neurônios como células sensoriais, musculares ou glandulares. As terminações de um axônio podem estabelecer muitas sinapses simultâneas. Na maioria das sinapses nervosas, as membranas das células que fazem sinapses estão muito próximas, mas não se tocam. Há um pequeno espaço entre as membranas celulares (o espaço sináptico ou fenda sináptica). Quando os impulsos nervosos atingem as extremidades do axônio da célula pré-sináptica, ocorre liberação, nos espaços sinápticos, de substâncias químicas denominadas neurotransmissores ou mediadores químicos, que tem a capacidade de se combinar com receptores presentes na membrana das célula pós-sináptica, desencadeando o impulso nervoso. Esse tipo de sinapse, por envolver a participação de mediadores químicos, é chamado sinapse química. Os cientistas já identificaram mais de dez substâncias que atuam como neurotransmissores, como a acetilcolina, a adrenalina (ou epinefrina), a noradrenalina (ou norepinefrina), a dopamina e a serotonina.
IMPULSO NERVOSO
SINAPSES NEUROMUSCULARES. A ligação entre as terminações axônicas e as células musculares é chamada sinapse neuromuscular e nela ocorre liberação da substância neurotransmissora acetilcolina que estimula a contração muscular.
SINAPSES ELÉTRICAS. Em alguns tipos de neurônios, o potencial de ação se propaga diretamente do neurônio pré-sináptico para o pós-sináptico, sem intermediação de neurotransmissores. As sinapses elétricas ocorrem no sistema nervoso central, atuando na sincronização de certos movimentos rápidos.
Dá-se o nome de sistema endócrino ao conjunto de órgãos que apresentam como atividade característica a produção de secreções denominadas hormônios, que são lançados na corrente sanguínea e irão atuar em outra parte do organismo, controlando ou auxiliando o controle de sua função. Os órgãos que têm sua função controlada e/ou regulada pelos hormônios são denominados órgãos-alvo.
Constituição dos órgãos do sistema endócrino. Os tecidos epiteliais de secreção ou epitélios glandulares formam as glândulas, que podem ser uni ou pluricelulares. As glândulas pluricelulares não são apenas aglomerados de células que desempenham as mesmas funções básicas e têm a mesma morfologia geral e origem embrionária - o que caracteriza um tecido. São na verdade órgãos definidos com arquitetura ordenada. Elas estão envolvidas por uma cápsula conjuntiva que emite septos, dividindo-as em lobos. Vasos sanguíneos e nervos penetram nas glândulas, fornecendo alimento e estímulo nervoso para as suas funções.
Os hormônios influenciam praticamente todas as funções dos demais sistemas corporais. Frequentemente o sistema endócrino interage com o sistema nervoso, formando mecanismos reguladores bastante precisos. O sistema nervoso pode fornecer ao endócrino a informação sobre o meio externo, ao passo que o sistema endócrino regula a resposta interna do organismo a esta informação. Dessa forma, o sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, atuam na coordenação e regulação das funções corporais.
Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios. Alguns dos principais órgãos produtores de hormônios no homem são a hipófise, o hipotálamo, a tireoide, as paratireoides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas.
HIPÓFISE OU GLÂNDULA PITUITÁRIA. Situa-se na base do encéfalo, em uma cavidade do osso esfenoide chamada tela túrcica. Nos seres humanos tem o tamanho aproximado de um grão de ervilha e possui duas partes: o lobo anterior (ou adeno-hipófise) e o lobo posterior (ou neuro-hipófise).
HIPOTÁLAMO. Localizado no cérebro diretamente acima da hipófise, é conhecido por exercer controle sobre ela por meios de conexões neurais e substâncias semelhantes a hormônios chamados fatores desencadeadores (ou de liberação), o meio pelo qual o sistema nervoso controla o comportamento sexual via sistema endócrino. O hipotálamo estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios gonadotróficos (FSH e LH), que atuam sobre as gônadas, estimulando a liberação de hormônios gonadais na corrente sanguínea. Na mulher a glândula-alvo do hormônio gonadotrófico é o ovário; no homem, são os testículos. Os hormônios gonadais são detectados pela pituitária e pelo hipotálamo, inibindo a liberação de mais hormônio pituitário, por feedback.
Como a hipófise secreta hormônios que controlam outras glândulas e está subordinada, por sua vez, ao sistema nervoso, pode-se dizer que o sistema endócrino é subordinado ao nervoso e que o hipotálamo é o mediador entre esses dois sistemas.
PÂNCREAS. É uma glândula mista ou anfícrina – apresenta determinadas regiões endócrinas e determinadas regiões exócrinas (da porção secretora partem dutos que lançam as secreções para o interior da cavidade intestinal) ao mesmo tempo. As chamadas ilhotas de Langerhans são a porção endócrina, onde estão as células que secretam os dois hormônios: insulina e glucagon, que atuam no metabolismo da glicose.
ADRENAIS OU SUPRA-RENAIS. São duas glândulas localizadas sobre os rins, divididas em duas partes independentes – medula e córtex - secretoras de hormônios diferentes, comportando-se como duas glândulas. O córtex secreta três tipos de hormônios: os glicocorticoides, os mineralocorticoides e os androgênicos.
Além de exercerem efeitos sobre órgãos não-endócrinos, alguns hormônios, produzidos pela hipófise são denominados trópicos (ou tróficos) porque atuam sobre outras glândulas endócrinas, comandando a secreção de outros hormônios. São eles:
Tireotrópicos: atuam sobre a glândula endócrina tireoide.
Adrenocorticotróficos: atuam sobre o córtex da glândula endócrina adrenal (supra-renal)
Gonadotrópicos: atuam sobre as gônadas masculinas e femininas.
Somatotrófico: atua no crescimento, promovendo o alongamento dos ossos e estimulando a síntese de proteínas e o desenvolvimento da massa muscular. Também aumenta a utilização de gorduras e inibe a captação de glicose plasmática pelas células, aumentando a concentração de glicose no sangue (inibe a produção de insulina pelo pâncreas, predispondo ao diabetes).