A imagem é produzida pelos raios x, passando através de um objeto e interagindo com a emulsão do filme, o que resulta num escurecimento deste. A extensão do escurecimento depende do número de raios x que atinge o filme, que, entre outros fatores, depende da densidade do objeto.
A imagem final pode ser descrita com um imagem bidimensional composta de preto, de branco e de uma variedade de tons de cinza sobrepostos, sendo, algumas vezes, conhecida como gráficos de imagens. Entender a natureza de um gráfico de imagens e interpretar a informação nele contida requer o conhecimento de:
AS IMAGENS RADIOGRÁFICAS
A quantidade do feixe que é barrado (atenuado) por um objeto determina a densidade radiográfica das imagens:
Os tons de cinza representam áreas onde o feixe de raios X foi atenuado em um grau variado.
A VARIAÇÃO DA DENSIDADE RADIOGRÁFICA:
- Tipo específico de material de que o objeto é feito.
- Espessura ou densidade do material.
- Forma do objeto.
- Intensidade do feixe de raios X utilizado.
- Posição do objeto em relação ao feixe de raios X e filme.
- Sensibilidade do filme.
TECIDO ANATÔMICO TRIDIMENSIONAL
- Avaliação da forma total do objeto.
* Geometria da imagem - as posições relativas do filme, do objeto e do cabeçote de raios X.
E EXIGÊNCIAS DE UMA AMPOLA DE RAIO X
- O cátodo (negativo) consiste em um filamento aquecido de tungstênio que proporciona a fonte de elétrons.
A SEQUÊNCIA DE PRODUÇÃO DE RAIOS X:
- O filamento é eletricamente aquecido e uma nuvem de elétrons é produzida ao seu redor;
- A alta voltagem (diferença de potencial) no tubo acelera os elétrons a uma velocidade muito grande em direção ao ânodo;
- O dispositivo focalizador aponta o feixe de elétrons para a área focal no anteparo;
- Os elétrons bombardeiam o anteparo e são freados subitamente ao repouso;
- A energia perdida pelos elétrons é transferida em calor (cerca de 99%) ou raios X (cerca de 1%);
- Os raios X são emitidos em todas as direções a partir do anteparo. Aqueles que atravessam a pequena janela no revestimento de chumbo constituem o feixe usado para propósito de diagnóstico.
INTERAÇÕES DO NÍVEL ATÔMICO
Os elétrons em alta velocidade que bombardeiam o anteparo produzem dois principais tipos de colisões com o átomo de tungstênio:
COLISÕES COM A PRODUÇÃO DE CALOR
PONTOS IMPORTANTES
Interações que produzem calor são as mais comuns porque existem milhões de elétrons incidentes e muitos elétrons na camada externa do tungstênio que podem interagir.
Cada elétron individualmente que bombardeia pode se submeter a várias colisões com produção de calor resultando em uma quantidade considerável de calor no anteparo.
O calor precisa ser removido rápida e eficientemente para prevenir danos no anteparo. Isso é alcançado ajustando o anteparo de tungstênio no bloco de cobre de alta capacidade térmica e boa condução de calor.
ESPECTRO DE RAIOS X
As duas colisões que produzem raios X resultam na produção de dois tipos diferentes de espectro de raios X:
ESPECTRO CONTÍNUO (Bremsstrahlung)
PONTOS IMPORTANTES
Uma pequena deflexão dos elétrons que bombardeiam é o mais comum, produzindo muitos fótons de baixa energia.
Fótons de baixa energia têm pouco poder de penetração e a maioria não irá sair do próprio tubo. Eles não irão contribuir para o feixe útil de raios X. Essa remoção dos fótons de baixa energia é conhecida como filtração. Deflexões maiores são menos prováveis de acontecer e, portanto, existem relativamente poucos fótons de alta energia.
A máxima energia possível do fóton (E máxima) está diretamente relacionada com o tamanho da diferença de potencial (kV) ao longo do tubo de raios X.
ESPECTRO CARACTERÍSTICO
Seguindo a ionização ou excitação dos átomos de tungstênio pelo bombardeio de elétrons, os elétrons orbitais do tungstênio se rearranjam para retornar o átomo ao estado neutro ou fundamental. Isso envolve "pulos" de elétrons de um nível energético (camada) a outro, e resulta na emissão de fótons de raios X com energias específicas. Como relatado anteriormente, os níveis de energia ou camadas são específicas para qualquer átomo em particular. Os fótons de raios X emitidos do anteparo são, portanto descritos como átomos de tungstênio característicos e formam o espectro característico ou linear. Os fótons lineares são denominados K e L, dependendo da camada da qual eles foram emitidos.
PONTOS IMPORTANTES
Somente a linha K tem importância para diagnóstico uma vez que a linha L tem energia muito baixa.
O bombardeamento de elétron deve ter energia suficiente (69,5kV) para deslocar um elétron da camada K do tungstênio para produzir a radiação característica. (A energia do elétron está diretamente relacionada de potencial [kV] no tubo de raios X.)
EQUIPAMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE RAIOS X
Aparelho de raios X odontológicos
Há muitos aparelhos de raios X disponíveis, de diferentes fabricantes. Eles são muito similares e podem ser fixos (mostrados na parede ou no teto) ou moveis.
Todos são compostos por três partes principais:
CABEÇOTE
Principais componentes do cabeçote são:
-Ampola de raios X.
-Transformador de alta tensão.
-Transformador de baixa tensão.
-Revestimento de chumbo.
-Óleo circundante.
-Filtro de alumínio.
-Colimador.
-Cilindro localizador.
BRAÇOS ARTICULARES
Os principais componentes são:
- Painel de controle e circuitos
- Um marcador de tempo, que pode ser de três tipos:
* Eletrônico.
* Eletrônico-digital.
* Mecânico (impreciso e não mais utilizado).
* Um seletor de tempo de exposição, que pode ser:
a) Numérico, o tempo é selecionado em segundos.
b) Anatômico, a área da boca a ser radiografada é selecionada e o tempo de exposição é ajustado automaticamente. Luzes de aviso e sinais sonoros para indicar quando os raios X estão sendo produzidos.
O PAINEL DE CONTROLE PODE AINDA CONTER:
- Seletor do tipo do filme (quanto à sensibilidade).
- Seletor do tamanho do paciente.
- Seletor de Kilovoltagem.
- Interruptor de miliamperagem.
- Ajuste de exposição para uma distância foco-pele longa ou curta.
REQUISITOS IDEAIS
O EQUIPAMENTO DEVE SER:
* Seguro e exato.
* Capaz de gerar raios X com uma escala desejada de energia e com adequados mecanismos para dissipação de calor.
* Pequeno.
* Fácil de manusear e posicionar.
* Estável, equilibrado e firme quando posicionado o cabeçote.
* Facilmente desmontado e armazenado.
* Simples de operar.
* Robusto.
RECEPTORES DE IMAGEM
Geralmente, o filme radiográfico é necessário
para detectar os raios X.
Um estudo da qualidade ou da técnica radiográfica inclui todos aqueles fatores ou variáveis relacionados à precisão da reprodução das estruturas e tecidos radiografados no filme radiográfico ou em outros receptores de imagem. Alguns destes fatores ou variáveis relacionam-se. mais diretamente, com o posicionamento radiográfico; a seguir, é fornecida uma discussão dos aspectos aplicados destes fatores.
Os três fatores de exposição, quilovoltagem (KV), miliamperagem (mA) e tempo de exposição (segundos. s). são, respectivamente, os fatores de controle básico para contraste. densidade e definição ou ausência de nitidez. A quilovoltagem (KV) controla basicamente a qualidade ou a capacidade de penetração do feixe de raios X e, desta forma, a escala de contraste de uma radiografia. A miliamperagem (mA) a o Tempo (s) geralmente são combinados em miliampere segundo (mAs) como fator primário que controla a quantidade do feixe de raios X. Portanto, mAs é o fator de controle primário da densidade de uma radiografia. O tempo ou a duração de exposição em segundos (s) ou milissegundos (ms) pode ser modificado em combinação com mA para controlar o movimento durante a exposição que resulta em perda da definição ou ausência de nitidez da imagem. Portanto, obter aquela exposição ideal descrita para cada projeção ou posição no tópico sobre critérios de avaliação requer uma boa compreensão destas variáveis de exposição que são ajustadas no painel de controle pelo radiologista para cada exposição.
Determinados fatores pelos quais se avalia a qualidade de uma imagem radiográfica são denominados fatores de qualidade da imagem. Todo radiologista deve compreender estes fatores descritos neste capítulo, de forma que possam ser avaliados, descritos e usados para produzir aquela radiografia de qualidade ótima que é objetivo de todo exame radiográfico. Estes quatro fatores de qualidade da imagem são densidade, detalhe, distorção e contraste.