Freqüentemente é o exame radiológico inicial em casos de dores nas vias urinárias, hematúria, infecção do trato urinário, obstrução aguda, massas renais, urolitíase, nefrocalcinose e anormalidades congênitas. Este exame proporciona informações anatômicas essenciais e demonstra a função de todo o trato urinário.
A urografia excretora é completada pela US, TC, RM que fornecem informações anatômicas adicionais e podem mostrar as características de uma massa tumoral.
Em geral o trato urinário tubular é mais bem avaliado por exames contrastados, porque estes revelam a aparência da luz e as características do fluxo líquido.
Há muitos métodos de realização de urografia excretora. Um exame padrão inclui radiografia simples, radiografia imediatamente subsequente à administração de contraste (imediata ou no minuto zero), radiografia de 5 , 10 e 15 minutos após a administração do contraste, radiografias da bexiga cheia e após a micção.
Incidências oblíquas ou tomográficas dos rins são frequentemente obtidas, dependendo das circunstâncias clínicas. Geralmente são feitas menos incidências em crianças que em adultos.
A radiografia simples demonstra a localização de calcificações e anormalidades abdominais e indica a técnica radiográfica ideal. A incidência imediatamente pós-injeção de contraste mostra a intensificação das estruturas vasculares e do córtex renal e demonstra os contornos dos rins.
As incidência de 5, 10 e 15 minutos mostra o enchimento do sistema coletor e dos ureteres. O estudo da bexiga mostra seus contornos e a urina residual, na pós-miccional.
A Urografia Excretora possibilita a avaliação do tamanho, eixo, contorno e simetria funcional dos rins. O comprimento do rim depende da idade, sexo e constituição física do paciente, mas geralmente equivale à altura de três ou quatro corpos vertebrais. Rins parcialmente duplicados ou únicos são maiores. O eixo renal, uma linha imaginária que passa pelos polos superior e inferior do rim, tem geralmente ângulo de cerca de 15 graus lateralmente em direção caudal. A orientação diferente do eixo renal pode ocorrer em conseqüência de anormalidade congênita ou adquirida. Os contornos renais devem ser totalmente visíveis e regulares. As lobulações geralmente são variações normais. Os rins devem funcionar pronta e simultaneamente; o retardo relativo no funcionamento pode sugerir perfusão deficiente ou obstrução. Os sistemas coletores intra-renais devem mostrar enchimento simétrico das papilas, sem distensões ou defeitos de enchimento, portanto, o objetivo de uma Urografia Excretora é visualizar a porção coletora do sistema urinário e avaliar a capacidade funcional dos rins.
Os ureteres muitas vezes não são inteiramente visíveis, apesar de grandes esforços para mostrá-los com o paciente em diversas posições. Na incidência em antero-posterior eles geralmente aparecem ao longo dos processos transversos, desviam-se lateralmente à altura das articulações sacro-ilíacas e penetram na bexiga póstero-lateralmente.
A bexiga é avaliada quanto ao tamanho e ao contorno, que deve ser arredondada e regular, o volume após micção, normalmente é inferior a 100 ml, a impressão prostática ou uterina e a irregularidades da parede interna são mais bem observadas na incidência pós-miccional.
Indicações clínicas:
As principais indicações clínicas da urografia excretora incluem:
1- massa abdominal ou pélvica
2- cálculos renais ou ureterais
3- traumatismo renal
4- dor no flanco
5- hematúria ou sangue na urina
6- hipertensão
7- insuficiência renal
8- infecções do trato urinário
Preparo do paciente:
- Jejum absoluto de 8 a 10 hs antes do exame
- Realizar limpeza intestinal por via oral (laxante ) e por via retal ( fleet-enema)
Metodologia:
Paciente em decúbito dorsal, realiza-se uma radiografia simples do abdome, para verificação de técnica, posicionamento e preparo intestinal adequado.
Após radiografia simples, é administrado por via endovenosa meio de contraste iodado (hidrossolúvel) o qual irá contrastar o sistema urinário. Realiza-se a seguinte sequência de radiografias:
1- Imediatamente após a administração do meio de contraste realiza-se uma radiografia localizada dos rins;
2- Realizar radiografia das lojas renais após 5 minutos a administração do contraste;
3- Após a exposição de 5 minutos, deve-se colocar a faixa de compressão no abdome do paciente;
4- Realizar radiografia das lojas renais após 10 minutos a administração do contraste;
5- Aos 15 minutos, deve-se tirar a faixa de compressão, e imediatamente realizar uma radiografia panorâmica, compreendendo das lojas renais até a bexiga;
6- Radiografia panorâmica, após 25 minutos a administração do contraste;
Radiografias localizadas da bexiga cheia e pós-miccional.
- R.C.
- Chassis: 24cm x 30cm transversal para as radiografias de 5 m e 10 m, 30 cm x 40 cm ou 35 m x 43 cm longitudinal para as radiografias simples, 15 m e 25 m e 18 cm x 24 cm transversal para as radiografias localizadas da bexiga.
Observação: A faixa de compressão é contra indicada quando o paciente apresentar massa abdominal, cálculos renais e ureterais, transplante e pós-operatório.
Em casos de pacientes hipertensos (pressão alta), deve-se realizar sequências rápidas de exposição logo após a administração do meio de contraste; com 1 m, 2 m, e 3 m. O exame não termina enquanto o contraste não chegar até a bexiga.