INTRODUÇÃO:
As técnicas de diagnóstico por imagem constituem uma das práticas mais importantes do diagnóstico em saúde. O uso das técnicas radiográficas deve ser feito sob quatro aspectos importantes:
O planejamento do exame
O posicionamento radiológico
A escolha dos fatores de exposição
Os recursos disponíveis
Planejamento do exame
Em diagnóstico por imagem, o exame tem início a partir da solicitação médica. Nenhuma exposição poderá ser efetuada sem o pedido médico. O pedido é também o principal parâmetro utilizado pelo tecnólogo para o planejamento do exame. Normalmente consta do pedido a hipótese diagnóstica, informação de maior importância, pois a partir dela o profissional poderá direcionar o exame por meio de incidências complementares ou mesmo oferecer sugestões de outros métodos que melhor possam atender aos interesses do médico solicitante.
Explicação sobre Posicionamentos Radiológicos:
Princípio do posicionamento radiográfico = A radiação atravessa o corpo humano e imprime as sombras das estruturas anatômicas em uma película radiográfica. Cada tomada de imagem ou projeção de uma região anatômica define a radiografia para essa região. Assim, as radiografias podem ser definidas como frente, perfil, axial e oblíqua, verdadeira ou com variações, e as clássicas, que levam o nome do autor e são amplamente adotadas em radiodiagnóstico.
Incidência radiológica = Refere-se à projeção de uma região anatômica segundo uma trajetória predefinida do feixe de radiação. Na radiografia de frente, ocorrem duas incidências: AP (Antéro-posterior) e PA (póstero-anterior). A escolha da incidência radiológica adequada dependerá do objetivo diagnóstico. Seguindo os princípios da exposição radiográfica, quanto mais próximo o objeto se encontrar do filme, menor será sua ampliação e distorção, e a imagem produzida nessas condições apresentará a melhor resolução.
Radiografia de frente:
a) Antero-posterior (AP) = O cliente fica com a face posterior próximo ao filme e a face anterior voltada para o tubo de raios X. A trajetória do feixe é de anterior para posterior.
b) Póstero-anterior (PA) = O cliente fica com a face anterior próxima do filme e a face posterior voltada para o tubo de raios X. A trajetória do feixe é de posterior para anterior.
Radiografia de Perfil:
a) Incidência lateral direita = O lado direito do paciente fica próximo ao filme (lado esquerdo voltado para o tubo). Os braços do paciente devem ficar sobre a cabeça para evitar a sua superposição.
b) Incidência lateral esquerda = O lado esquerdo do paciente fica próximo ao filme (lado direito voltado para o tubo). Os braços do paciente seguem o mesmo procedimento do anterior para evitar superposição da imagem.
Radiografia em Oblíqua:
- A radiografia oblíqua é obtida sempre que o Raio Central incide de forma perpendicular em relação aos planos coronal ou sagital mediano. A posição oblíqua deve estar acompanhada do ângulo de inclinação correspondente. Quando o ângulo não for declarado, a posição oblíqua será realizada com 45 graus para o lado que apresentar maior interesse, ou realizam-se duas incidências oblíquas.
a) Incidência oblíqua anterior direita (OAD) = O paciente fica com sua face anterior e lado direito mais próximos do filme (anteparo).
b) Incidência oblíqua anterior esquerda (OAE) = O paciente fica com a face anterior e o lado esquerdo mais próximos do filme (anteparo).
c) Incidência oblíqua posterior direita (OPD) = O paciente fica com a face posterior e o lado direito mais próximo do filme (anteparo).
d) Incidência oblíqua posterior esquerda (OPE) = O paciente fica com a face posterior e o lado esquerdo mais próximos do filme (anteparo).
Radiografia em Axial (Transversal):
- A radiografia axial é obtida quando o raio central incide de forma perpendicular ao plano anatômico transversal. A projeção radiológica do órgão é obtida no sentido do eixo longitudinal do corpo. Nesta projeção, as duas incidências possíveis são a súpero-inferior (SI) e a Ínfero-superior (IS)
a) Incidência súpero-inferior (SI) = O raio central incide no plano superior e emerge pelo plano inferior.
b) Incidência ínfero-superior (IS) = O raios central apresenta trajetória do plano inferior para o superior.
Obter os valores ideais dos fatores de exposição quilovolt (kV) e miliampere x tempo (mAs) em uma exposição radiográfica exige do profissional das técnicas radiológicas conhecimentos dos princípios físicos envolvidos na produção dos raios X; da ação dos fatores elétricos de exposição; dos fatores geométricos da exposição radiográfica, envolvendo a ampliação e distorção de imagens; conhecimentos de anatomia humana; e as principais alterações patológicas que interferem na densidade dos órgãos ou da região anatômica em estudo.
- O kV está relacionado com a energia do feixe de raios X.
- Quanto maior o valor do kV aplicado, maior será a força de penetração dos fótons.
- Em grande parte dos equipamentos, os valores de kV estão disponíveis em uma escala que varia entre 40 e 120 kV.
- O kV é o principal fator de controle da imagem.
- O mAs é o produto da corrente do tubo (mA) multiplicado pelo tempo de exposição em segundos (s).
- O mAs define a quantidade de fótons de raios X aplicados em uma exposição radiográfica.
- Quanto maior o mAs, maior a quantidade de fótons de raios X no feixe e, consequentemente, maior o grau de enegrecimento (densidade) da imagem.
Cálculo do kV
O cálculo do fator kV é obtido tornando-se a espessura do órgão que se deseja radiografar e multiplicando-se essa espessura por 2. Soma-se a esse produto o valor da constante C do equipamento.
ESP x 2 + C = kV
onde: ESP = espessura e C = constante do equipamento
Cálculo do mAs
O cálculo do mAs é obtido a partir do valor de kV multiplicado por uma constante denominada CMR, constante miliamperimétrica regional. A CMR é atribuída aos diferentes tecidos e órgãos do corpo humano.
mAs = kV x CMR
A radiografia digital apresenta duas vantagens imediatas. A primeira relacionada com sua maior variação dos fatores de exposição sem comprometer o resultado final da imagem radiográfica. A segunda, e mais óbvia, está relacionada com a possibilidade de tratamento da imagem em estações de trabalho e sua disponibilização para uso em redes.